Olfato covid
Aromaterapia, Coronavírus

Treinamento olfativo na perda de olfato


A perda do olfato é um sintoma comum da COVID-19, sendo relatado por 86% dos pacientes infectados de acordo com uma pesquisa da Universidade de Mons, na Bélgica. Das pessoas com o sintoma, quase metade recuperam o olfato em 15 dias. Nas outras, porém, esse sintoma persiste por um tempo mais prolongado. Uma técnica de treinamento olfativo pode ajudar a recuperar, completa ou parcialmente, a capacidade de sentir odores, trazendo esperança para as pessoas que apresentam esse sintoma.

O que é o treinamento olfativo?

A técnica, que vem sendo usada há cerca de uma década para tratar perda de olfato causada por infecções virais, consiste em inalar quatro odores por dia, forçando o cérebro a se concentrar naquele cheiro. Os aromas podem ser de óleos essenciais, como eucalipto e cravo, ou de coisas que encontramos facilmente em casa, como sabão em pó e café.

Como funciona?

Na parte interna do nariz estão os neurônios receptores olfatórios, que são as primeiras células que captam as informações de algum cheiro que sentimos. Depois, a informação vai para diferentes áreas do cérebro: uma que gerencia as emoções, outra que permite identificar e discernir um odor do outro, e por fim uma área de memória emocional – a que faz você sentir um cheiro e se lembrar de algum momento, como aquele bolo inesquecível da sua avó. Por isso, é importante estar bastante concentrado durante o treinamento olfativo, e evocar memórias ao fazer as inalações, mesmo quando não se é capaz de sentir o cheiro.

Uma das características do sistema olfativo é sua capacidade de regeneração. Com o devido estímulo, as chamadas células basais podem ser transformadas em neurônios receptores olfatórios ou em células de suporte (que ajudam os neurônios a funcionar corretamente). Inalações e exposições a odores estimulam a regeneração dessas células, e também ajudam o cérebro a ficar mais ágil ao processar as informações ligadas aos cheiros.

A recuperação é garantida?

Estudos divulgados em publicações médicas mostram que o treinamento olfativo é eficaz em alguns casos de anosmia (perda total do olfato) e hiposmia (diminuição do olfato). Entretanto, ainda não há pesquisas sobre o efeito da reabilitação em pacientes com anosmia em decorrência da COVID-19. A recuperação do olfato pode não ser garantida, mas não há malefícios na prática dos exercícios de inalação. Os resultados podem demorar meses até serem percebidos, por isso é importante manter a motivação e a disciplina.

Quais as consequências da perda de olfato?

O olfato pode parecer um sentido “menor” se comparado à visão ou audição, mas a anosmia tem efeitos importantes na vida de quem é afetado. Ele está intrinsicamente ligado à autopreservação, e perder o olfato significa ser incapaz de identificar o odor de fumaça, de comida estragada ou de produtos químicos que podem ser tóxicos.

Os efeitos emocionais também são enormes. O paladar, que é em grande parte constituído pelo olfato, costuma ser afetado, fazendo com que momentos de intimidade e socialização, como jantares em família, sejam menos prazerosos. Para quem tem parosmia, que é a distorção dos cheiros, a experiência pode ser ainda mais frustrante – uma fruta pode ter cheiro de gasolina, por exemplo. Não conseguir sentir o cheiro dos filhos ou das pessoas amadas e não poder compartilhar das mesmas sensações que os outros também são consequências da perda do olfato. Todos esses efeitos podem causar sentimentos de isolamento, perda de prazer no cotidiano e até mesmo depressão.

COMO FAZER O TREINAMENTO OLFATÓRIO CLÁSSICO?

Você vai precisar de:

-1 frasco de Óleo essencial/ essência Eucalipto

-1 frasco de Óleo essencial/ Essência de Rosa

-1 frasco de Óleo essencial/ Essência  de cravo

-1 frasco de Óleo essencial/ Essência de Limão

Arrumar 4 potinhos com tampa. Em cada pote colocar algodão embebido com algumas gotinhas da essência.

Abra a tampa, cheire por 10 a 20 segundos cada essência. Fazer o mesmo com as outras essências.

Fazer o treinamento de manhã e de noite.

Repetir até que o olfato restaure.

CUIDADOS:

-Constância e persistência são fundamentais para um bom resultado.

-A melhora é flutuante, melhora e piora, até estabilizar.

– Você pode usar odores familiares e agradáveis no lugar das essências e óleo essenciais.

-Evite substâncias que irritam, como vick, álcool, desinfetantes.

Espero que aplicar essas técnicas te ajude a ficar bem.

Abraços aromáticos,

Elisa, Farmacêutica da Nature Therapy

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